PROJETO DE EXTENSÃO “OPEREI, E AGORA?” NA FORMAÇÃO DOS DISCENTES

Autores

Resumo

1 INTRODUÇÃO

A extensão universitária é definida como um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que suscita a interação entre universidade e outros setores sociais, de modo transformador, visando a promoção e garantia de valores democráticos e do desenvolvimento da sociedade em suas dimensões humana, ética, econômica, cultural e social (FORPROEX, 2012).

Também é uma atividade importante para os alunos de graduação, uma vez que é por meio dela ocorrem as primeiras práticas profissionais. Os discentes podem refletir sobre os conhecimentos adquiridos na sala de aula, associando com a realidade e desta forma, a extensão contribui para o desenvolvimento acadêmico e profissional do cidadão (Pinheiro e Narciso, 2022).

Floriano et. al. (2017) consideram que, por meio da relação e da vivência com os problemas sociais e cotidianos da sociedade, promovidas pelas atividades extensionistas, há uma contribuição para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da sociedade, ao passo que os discentes extensionistas adquirem conhecimentos práticos oriundos dessa vivência, contribuindo para formar profissionais e cidadãos qualificados, críticos e comprometidos.   

2 METODOLOGIA

            O presente trabalho foi realizado por meio de aplicação de questionário aplicada aos 10 alunos participantes do projeto de extensão “Operei, e agora?”, na Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, no ano de 2023. O formulário realizado pela plataforma Google Forms era composto por sete perguntas sobre a importância da extensão para o discente envolvido. As questões foram padronizadas para que os dados pudessem ser quantificados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 

 

 

No presente estudo foi visto o projeto contribuiu de forma positiva para a aplicação de conceitos teóricos adquiridos na graduação, onde 50% responderam muitíssimo e 50% responderam muito. O que corrobora com o descrito por Flores (2020) alunos extensionistas associam que os conhecimentos teóricos da sala de aula podem ser transformados em ação e levam a uma transformação das comunidades e instituições, uma vez que são socializados com estes. Simultaneamente, ocorre a internalização da profissão e o aluno começa a se reconhecer como profissional da área, percebendo os desafios que enfrentará na profissão. 

No trabalho de Duarte (2014), a maioria dos alunos questionados afirmou que a extensão universitária é a melhor forma de habilitação para o exercício profissional, corroborando com os dados desta pesquisa, onde o percentual de alunos que responderam que o projeto contribuiu muitíssimo foi de 50%, muito 40% e razoavelmente 10% com o aprimoramento de habilidades relativas à prática da medicina veterinária. Oliveira (2020) observou em seu trabalho que o projeto de extensão possibilitou o desenvolvimento de competências antes limitadas à dinâmicas em sala de aula, ressaltando assim a promoção da solidificação e o aprofundamento das teorias estudadas.  

Quanto ao desenvolvimento das habilidades de trabalhar em equipe, foi visto que, no presente trabalho a maioria dos extensionistas deram respostas positivas sobre a contribuição do projeto, 60% responderam muitíssimo, 30% muito e 10% razoavelmente, dados semelhantes aos de Flores (2020), onde o desenvolvimento dessas habilidades foi pontuado como uma característica relevante por 93,3% dos discentes extensionistas.  

 Sobre o protagonismo estudantil e partilha de conhecimentos, a contribuição do projeto foi muito boa para a maioria dos discentes, foi visto que 70% dos discentes responderam muitíssimo, 20% muito e 10% razoavelmente. Oliveira (2020) firma a ideia que o compartilhar permite a construção e troca de saberes instigando o aluno a buscar conhecimentos teóricos. Porém, nem sempre a prática é significada pela teoria, pois nem todos os estudantes fazem a conexão das vivências do projeto com o aprendizado. 

A interação com diferentes grupos sociais foi relevante para todos os discentes, com respostas variando entre 60% muitíssima e 40% muita contribuição. Segundo Costa, Baiotto e Garces (2013), a interação entre a ciência e a vivência na academia e na sociedade acontecem no espaço de construção de conhecimento significativo e práticas sociais relevantes formado

 

pela extensão universitária, fortalecendo o projeto pedagógico e social. Para Flores (2020) os projetos de extensão promovem transformações sociais diretas ou indiretas, de modo que algumas ações geram contribuições imediatas para a transformação das comunidades atendidas, qualificando e capacitando os envolvidos, e outras ações refletem na qualidade do processo formativo dos estudantes a longo prazo.

Sobre o senso de responsabilidade, solidariedade e ética os extensionistas responderam que o projeto contribuiu 80% muitíssimo e 20% muito.  No trabalho de Duarte (2014) os alunos relataram que o projeto lhes mostrou novas visões e conceitos, conscientizando como serem melhores para as pessoas e o meio em que vivem, além de perceberem que todos possuem seu papel na sociedade em busca de melhor qualidade de vida.

4 CONCLUSÃO 

 É possível perceber que a participação no projeto de extensão “Operei, e agora?” desempenha um papel muito importante para a formação dos discentes participantes e através dos diálogos com a população que constitui o público alvo, contribui para o crescimento profissional e pessoal, ao passo que também possibilita uma melhor visão do meio no qual estão inseridos e atuarão como profissionais. 

 

REFERÊNCIAS

 

COSTA, A. A. C.; BAIOTTO, C. R.; GARCES, S. B. B. Aprendizagem: o olhar de extensão. In: A extensão universitária como princípio de aprendizagem. Brasília: Liber Livro, p. 61-80, 2013.

DUARTE, J. S. As contribuições da extensão universitária para o processo de aprendizagem, prática da cidadania e exercício profissional. 2014. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

FLORES, L. F.; DE MELLO, D. T. O impacto da extensão na formação discente, a experiência como prática formativa: um estudo no contexto de um Instituto Federal no Rio Grande do Sul. Revista Conexão UEPG, v. 16, n. 1, p. 2014465, 2020.

FLORIANO, M. D. P.; MATTA, I. B.; MONTEBLANCO, F. L. ZULIANI, A. L. B. Extensão universitária: a percepção de acadêmicos de uma universidade federal do estado do Rio Grande do Sul. Em Extensão, Uberlândia, v. 16, n. 1, p. 9-35, jan./jun. 2017.

 

 

FORPROEX. Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Política Nacional de Extensão, Manaus, 2012.

OLIVEIRA, B. C. Contribuições das atividades de extensão na formação de alunos de um curso de Administração Pública: o caso" Fica Ativo! Repensar. EntreAções: diálogos em extensão, Juazeiro do Norte, v. 1, n. 1, p. 35-54, jan./jun. 2020.

PINHEIRO, J. V.; NARCISO, C. S. A importância da inserção de atividades de extensão universitária para o desenvolvimento profissional. Revista Extensão & Sociedade, v. 14, n. 2, 2022.

 

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Publicado

2024-10-10

Edição

Seção

Resumos expandidos